terça-feira, 15 de janeiro de 2013

De corredor a garoto de programa

Estou há meses nesse vai e vem (retomar e parar) de atividades físicas. Comecei a caminhar e correr diariamente com minha melhor amiga no ano passado. Nos exercitávamos no mínimo três vezes por semana. Mas as correrias e festas de final de ano foram chegando e o ritmo diminui até que virei uma bicha obesa esse poço de sedentarismo. Tanto que ultimamente minha maior atividade física é ir até o mercado (que é pertíssimo de casa) e comprar porcarias, claro.

Há duas semanas ensaio retomar esta atividade e sempre acabo optando pelo sofá com porcarias guloseimas na frente da televisão. Sempre que penso nessa retomada lembro de um episódio engraçado numa das vezes em que fui sozinho para a "caminhadinha básica". Quando iniciamos nós íamos até os terrenos vazios próximos ao nosso bairro, lá (como todo local abandonado) tem muito mato e é claro que onde tem mato tem veado. Em meio caminho do trajeto um carro passa por mim, algo comum de acontecer no dia a dia de qualquer pessoa, então percebo que o carro retorna e passa por mim novamente. Ainda assim achei algo normal que ocorre todos os dias e a J-Lo tocando no player me fazia correr mais rápido e olhar cada vez menos para os lados. Não é que o carro retornou e passou lentamente por mim mais uma vez? Sim, logo depois retornou novamente e me perguntou: quanto para dar uma "voltinha" comigo? MOMENTO PARA TUDO. A vontade foi de dizer "me respeita que eu sou um gay de família, além do mais o Sr (sim aparentava ter uns sessenta anos na boa) não faz meu tipo". Claro que respondi, muito sem jeito, que estava apenas me exercitando e já voltaria para a casa. Passado o "susto", me aparece um guri (leia bichinha metida a  macho) em uma bicicleta com seus catorze anos de idade e muita pose dizendo que eu não roubasse os clientes dele, comecei a rir e ele ameaçou atirar pedra (o que me levou a pensar que seria o meu fim). Num assovio ele chamou mais um amigo e os dois correram atrás de mim por meia quadra. Já que eu estava correndo mesmo antes deles surgirem em meu caminho eu continuei por um bom tempo e ainda acredito que o incidente aconteceu para me dar mais ritmo. Mudamos de rota no outro dia, sim ou com certeza? Bem óbvio. Encontramos um caminho mais movimentado e, possivelmente, mais respeitoso (mentira pois putaria nos persegue e isso é fato).

Engraçado foi que tempos depois contei o ocorrido para minha parceira de atividades e ela revelou ter vivenciado algo bem parecido, claro que ela não foi corrida por jovens que, pelo jeito, já tinham clientes fixos. Afinal quem nunca foi confundido com garoto(a) de programa?!!! Mas um dia (tomara que amanhã) ainda vou voltar a caminhar e correr diariamente. Quem sabe até faturo  uma graninha nessas voltas. Se desta vez for um cara bonito, mais jovem, aparentemente rico e  parecido com o Mateus Verdelho eu aceito. Se não for prefiro continuar sendo um veado de família, até que se prove o contrário. 

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