terça-feira, 4 de junho de 2013

Muito mais do que um sorriso forçado num dia ruim

Esses últimos tempos não tem sido fácil para ninguém mesmo. Para mim tem sido uma reviravolta maior do que eu poderia imaginar acontecer em temporada final de seriado com conflitos sentimentais. Uma mistura de Gossip Girl com Sex And The City, umas piadas meio Two And A Half Men sem esquecer de adicionar algumas tramas dignas de A Usurpadora. Exagero? Sim, a vida trouxe, eu não.

Nos privamos constantemente da alegria do agora pois fomos condicionados a lutar pela realização do depois. O agora tem sido o sufoco de todos os jovens que conheço, temos urgência desde sempre. Queremos a carreira milionária que os jornais, revistas e a televisão dizem que todos precisam ter para serem felizes. O namorado lindo, super tudo que sempre sonhamos, sem defeito algum, como se não tivéssemos nada de ruim em nossa personalidade. A casa e o status de vida perfeitos para que o amanhã seja o "viveram felizes para sempre". Mas esquecemos de uma luta para chegar lá: o suor do agora.

Quantas vezes já não me peguei pensando: queria que essa luta toda para ter algo/alguém terminasse de uma vez e eu chegasse na parte do "enfim venci". O problema não é pensar adiante, não estamos errados em estabelecer metas, planejar ou sonhar acordados. Erramos é quando nos prendemos tanto ao amanhã que não nos focamos no hoje. Eu mesmo posso cair na mesma armadilha amanhã pensando no depois, mas é muito importante reconhecer que sem o agora o depois não rola. Sonhar de braços cruzados vai render um passo adiante? Só no mundo de quem tem alguém que faça por si e até mesmo as pessoas de classe mais elevada hoje em dia não podem sempre contar com fadas madrinhas, pois o mundo é de quem se esforça.

Claro que todos temos o direito de chorar pelas pedras no caminho, nem sempre os dias serão de suor árduo com sorriso no rosto e cheiro de flores por termos nos dedicado, nem sempre a dedicação é o suficiente mas é ela que constrói o alicerce para o reconhecimento. A vida é feita de lutas diárias e temos de conquistar, ou reconquistar, nosso espaço e, se preciso for, reorganizar e restabelecer nossas metas todo o santo dia. Tá certo que por vezes a vida nos impõe mudanças bruscas, mas clichês sejam lembrados: nada é maior do que possamos superar.

O hoje é a condição para que o amanhã exista, então cada gota de suor tem de ser válido e não podemos nos dar ao luxo de perder tempo idealizando sem fazer para acontecer. Ninguém vai me dar uma vida pronta. Chorar? sim, choro ás vezes. Ninguém é de ferro mas viso sempre o que terei depois, minha carreira com meu suor e não com ligações de meus pais a pessoas influentes. A dificuldade trás o mérito que status ou contato algum te da: a competência! Sou mais do que um dia ou um período ruim, sou o que quero de mim. Vale sempre lembrar que, soando clichê ou não, somos muito mais do que um sorriso forçado num dia ruim.

sábado, 1 de junho de 2013

Tu em primeiro lugar

Sempre digo que descontrole é a alavanca para o equilíbrio, mas não quando este descontrole perde o sentido e fere alguém. Poderia ser comigo ou com alguém da minha família, mas foi com dois amigos meus. Se apaixonaram por pessoas encantadoras mas que ao ouvir o "basta" se tornaram pesadelos na vida do ex grande amor. Não são os primeiros, nem serão os últimos mas sentem a dor de um investimento sentimental falido e (porque não?) traiçoeiro, que por sorte não termina em algo pior se tornando uma tragédia, pois todos sabemos que os jornais estão cheios deste tipo de notícia como se fosse normal.

Ambos os casos se tornaram caso de polícia, com direito a B.O. e tudo. Um dos casos foi ainda mais crítico, o ex do meu amigo fez um enorme fiasco para uma vizinhança inteira ver e ouvir. Isso foi além de vergonha em frente ao público e pessoas que o viram crescer e tiveram o azar de um louco o difamar,  denegrir com sua imagem como se o que tiveram um pelo outro fosse simplesmente nada e a cena se aramando digna de uma novela das nove. Ainda bem que não vi, não é o tipo de espetáculo que enche meus olhos e renova minhas emoções.

No caso de uma amiga, ela saiu por alguns dias com um cara de renome, homem trabalhador, com imagem  e status a zelar, famoso regionalmente. Mal sabia ela que após uma tentativa de agressão por conta de um "não" ela teria de registrar boletim de ocorrência e descobriria um histórico de psicopata de filme para o, até então, bom moço. Ainda nos preocupamos com a segurança dela e esperamos que ele não volte a procurá-la.

Casos como estes ferem a autoestima de qualquer um, por vezes de forma profunda e traumática. Esse tipo de agressão pode ser irreversível. Nenhum deles, meus amigos, merece ser julgado. Hoje em dia quem está livre? Estamos sujeitos a lidar com pessoas mentalmente desequilibradas todos os dias e em todas as áreas de nossas vidas. Como vamos ler o currículo psicológico de alguém? Não há como. A única coisa que podemos fazer é apostar em investimentos lentos nas pessoas afim de desvendar um pouco mais de seu caráter.

Acredito que uma forma de se prevenir de tal situação, ao menos de se tornar um dos psicopatas descritos é fortalecendo uma das bases mais básicas de qualquer relação: o amor próprio. Sim, nós não estamos livres de enlouquecer e pirar por um "amor" também, com certeza a falta de amor próprio gera uma dependência que pode ser facilmente confundida com carência e gerar sérios transtornos. Aquele velho chavão é fato: "se tu não te amas o suficiente como amarás alguém?". Nada mais do que justo nos conhecermos mais, do melhor ao pior de nós e nos moldarmos de acordo com o que queremos de nós mesmos, caso contrário estaremos fadados a migalhas de amor que quando transformadas em um não podem gerar um assassino.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Aos "meus" ou aos "nossos"

Encontrar nossa turma e saber quando estamos realmente com "os nossos" pode levar um bom tempo. O certo sempre nos parece incerto e por ele ser questinável já merece nossa atenção, sempre. Quando se é adolescente geralmente parece o fim do mundo não encontrar aquele grupo perfeito de amigos. Na verdade até poucos dias eu ainda questionava qual seria a "minha turma", mas a descobri quando percebi quem não faz parte dela.

Quando saio com, me encontro ou conheço pessoas que não são "da minha praia" eu identifico nos primeiros trinta minutos ou menos. Por vezes até tenho aquela relutância, ou talvez teimosia, de "mas aquela pessoa é legal e inteligente" e tento permanecer dando corda para a forca. Mas as vezes não tem jeito, a corda enforca e vejo que o cara ou o grupo de pessoas legais e descoladas só era cool no twitter ou facebook, as vezes nem isso.

Já quando estou com "os meus" (tão típico de gaúcho chamar amigão de "dos meus") aí já nos primeiros minutos me sinto a vontade para zoar de tudo e todos ou conversar abertamente sobre qualquer coisa e também mudar de assunto da água para o vinho, tal como costumamos fazer com a programação das noites ou as bebidas quando nos encontramos.

A estranheza de minha parte quando estou deslocado rola fácil, identificar quem não nos serve como amigo ou companhia se faz muito mais fácil depois de certo tempo. Aquela coisa de saber quem não somos logo sabemos com quem não andamos. No começo pode ser necessário "experimentar" e estar no meio dos mais variados tipos de pessoas mas depois de um tempo isso cansa. Tanto que me surpreendi quando em certa noite eu (o ser que mais detesta estar sozinho neste mundo) optei por assistir televisão a ligar para os meros conhecidos, pessoas que outrora foram tudo que eu precisava para preencher o vazio de uma noite.

Muitas vezes passamos muito tempo em meio a estes que preenchem o vazio de uma noite mas depois de certo amadurecimento vamos querer mais é estar com "os nossos". Estes podem não estar tão presentes e disponíveis quanto os outros (sabe como é, gente interessante de verdade sempre tem o que fazer) mas estes eliminam o vazio de uma vida. Eu, como cansei de priorizar uma noite, agora só procuro quem, assim como eu, prioriza uma vida. Ah esses sim são dos meus.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Relacionamento previsto a findar

Certos relacionamentos começam já previstos para findar. Quem nunca iniciou um sabendo que já tinha, se não data, época prevista para término? Nos primeiros momentos, ás vezes, já sabemos o tempo de vida útil que pode ter uma relação por vezes sonhada e planejada por dias ou meses. Daí é encarar o que há para viver dele e deixar fluir.

Pois é, a vida é isso mesmo. Eu me doei ao máximo neste tempo em que fomos um do outro. Houveram vezes em que mal tinha tempo para mim mas mesmo assim fui dele, nem que fosse por alguns minutos do dia. Já houveram dias em que daria total razão se ele dissesse que ficou desamparado e que eu não fui um bom companheiro. Embora também tive dias de procrastinar somente para dar aquele tempinho a mais para ele.

Ás vezes dura pouco mesmo, acredito que dedicação pode definir  muito da durabilidade deste tipo de relação. Mas nem sempre devemos atribuir o curto ou longo tempo juntos a excessos ou faltas. Ás vezes chega ao fim e vemos que não valeu a pena o tempo dispensado, dinheiro investido e desgaste emocional proporcionado. No fim serviu apenas para poder falar aos amigos depois que não foi nada compensador. Mas na verdade sempre acaba acrescentando algo na vida da gente, basta sabermos avaliar.

Bem, agora me preparo para findar um amor, embora não sem um pouquinho de dor. Vou me despedir e tentar sorrir ao termino desta história, que eu espero que tenha um final feliz. Um relacionamento destes que já começou com prazo de validade, simples assim. Me vou para as últimas páginas de um livro, findarei nossa história juntos, adeus fiel companheiro.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O vício da conquista, cadê rehab?

Pensa rápido qual a melhor parte do relacionamento? A conquista, óbvio. Sem ela não existe o relacionamento, ninguém começou por nada e gratuitamente. Agora repensa qual o maior motivo para haver um final de relacionamento, com traição ou não? A conquista. É exatamente o título da crônica que descreve toda a moral: o vício da conquista. O tema não me surgiu do nada, veio de uma publicação no facebook do meu "primo emprestado", são frases escritas por uma amiga dele e podem ser lidas AQUI. Não descordo de nenhuma palavra dela, pelo contrário reforço e complemento as mesmas aqui.

Nada se compara ao prazer da conquista, do ganhar cada ponto com os pequenos esforços e demonstrações de paixão. Paixão, essa palavra é outra coisa que vicia e gera maior dependência do que drogas pesadas e altamente entorpecentes. Aí que está o problema, depois de um tempo a gente percebe que paixão dá e passa e pode até ser ressuscitada de tempos em tempos com boa determinação e com o amor que costuma ser gerado por ela, mas o ser humano é caçador por instinto. Esse "instinto de caçada" desperta a vontade de viver essa euforia gerada pela paixão e nos faz olhar para os lados, quem nunca? E quem pode julgar?

O mais divertido é ver que existem pessoas que são viciadas em apaixonar-se e outras em apaixonar, isso mesmo apaixonar o outro. Aqueles que curtem flertar e conquistar mais e mais e depois de obtido o troféu, que é alguém completamente entregue a sua lábia, acabou a graça na brincadeira. Hora de arranjar uma próxima vítima, repensar na forma mais adequada de explicar a esta pessoa que não consegue ir mais adiante ou apenas pular fora. Mais uma vez: quem nunca? Quem julga?

Adoro essa coisa de repetir inúmeras vezes a mim mesmo: quem nunca? quem julga? Pois todas as vezes que eu afirmei reforçadamente que nunca faria algo... bazinga, eu fiz. E todas as vezes que alguém que passou em minha vida me disse que não seria como a namorado anterior e demonstrou ser (ou ao menos tentar ser) um macho alfa imbatível... epic fail. Mas esse é o tipo de coisa que nunca vai acabar, nunca vamos aprender, não existe fórmula ou verdade única. A gente só precisa se adequar ou encontrar quem se adeque a gente, sejamos nós viciados em conquista, paixão, amor, sexo... que os viciados se encontrem nessa busca que mais parece uma enorme sala de reabilitação.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quase conto, quase erótico

Até pouco ainda sentia perfeitamente o cheiro de sexo. Foi uma noite alucinada, que terminou em sexo alucinante assim que amanhecia. Surpreendentemente surreal, caminhei cerca de oito quadras (voltando para casa) sorrindo como um bobo, inúmeros flashes em minha mente me deixando extasiado. Êxtase, essa é a palavra que melhor descreve. Sim, foi perfeito, eu e ele... e ela.

Era para ser somente um happy hour, jogar papo fora tomando cerveja para encerrar o domingo. Mas rumamos para um apartamento, altos papos sobre tudo, mais cervejas, todos se curtindo (até então) sem nenhuma segunda intenção. Ele quem deu a ideia, sempre ele, e daqui a pouco ele sussurrou em meu ouvido "ela topou". Ele foi tomar um banho, fiquei uns minutos com ela e em seguida ela foi para o banho. Quando ele reapareceu perguntou se eu queria uma ducha e lá fui eu.

Confesso que fiquei nervoso, não foi minha primeira experiência do gênero mas a mais excitante. Cheguei no quarto e eles já "divertiam-se", ele puxou a toalha da minha cintura e fez a cara de safado irresistível de sempre. O nervosismo fez com que eu demorasse uns 10 minutos para me soltar e me entregar. No início o mais interessante nem era participar, era o veyerismo, ver ele e ela, eles me olhando e eu me atraí muito por isso. Claro que participei, eu nele, ela em mim, ele em mim mas não eu nela, apesar de ela ter sido o fator mais excitante e atraente na experiência (quem diria?). O escorpião fisgou o peixe e a virgem. Cansávamos, descansávamos e recomeçávamos como adolescentes que recém haviam descoberto aquilo. Acho que por ele não terminaria nunca, se não fosse o cansaço por mim também.

Não sei lembrar quando fora a última vez que senti tanto prazer, tanto sangue correndo nas veias, adrenalina. Tanto que agora tento receber alguma memória perdida, algo mais e sentir novamente o mesmo êxtase que senti no caminho de volta para a casa. Mas não tem jeito, não lembro tanto quanto naquele instante, tinha recém acordado e o sonho estava mais vivo em minhas lembranças.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

De corredor a garoto de programa

Estou há meses nesse vai e vem (retomar e parar) de atividades físicas. Comecei a caminhar e correr diariamente com minha melhor amiga no ano passado. Nos exercitávamos no mínimo três vezes por semana. Mas as correrias e festas de final de ano foram chegando e o ritmo diminui até que virei uma bicha obesa esse poço de sedentarismo. Tanto que ultimamente minha maior atividade física é ir até o mercado (que é pertíssimo de casa) e comprar porcarias, claro.

Há duas semanas ensaio retomar esta atividade e sempre acabo optando pelo sofá com porcarias guloseimas na frente da televisão. Sempre que penso nessa retomada lembro de um episódio engraçado numa das vezes em que fui sozinho para a "caminhadinha básica". Quando iniciamos nós íamos até os terrenos vazios próximos ao nosso bairro, lá (como todo local abandonado) tem muito mato e é claro que onde tem mato tem veado. Em meio caminho do trajeto um carro passa por mim, algo comum de acontecer no dia a dia de qualquer pessoa, então percebo que o carro retorna e passa por mim novamente. Ainda assim achei algo normal que ocorre todos os dias e a J-Lo tocando no player me fazia correr mais rápido e olhar cada vez menos para os lados. Não é que o carro retornou e passou lentamente por mim mais uma vez? Sim, logo depois retornou novamente e me perguntou: quanto para dar uma "voltinha" comigo? MOMENTO PARA TUDO. A vontade foi de dizer "me respeita que eu sou um gay de família, além do mais o Sr (sim aparentava ter uns sessenta anos na boa) não faz meu tipo". Claro que respondi, muito sem jeito, que estava apenas me exercitando e já voltaria para a casa. Passado o "susto", me aparece um guri (leia bichinha metida a  macho) em uma bicicleta com seus catorze anos de idade e muita pose dizendo que eu não roubasse os clientes dele, comecei a rir e ele ameaçou atirar pedra (o que me levou a pensar que seria o meu fim). Num assovio ele chamou mais um amigo e os dois correram atrás de mim por meia quadra. Já que eu estava correndo mesmo antes deles surgirem em meu caminho eu continuei por um bom tempo e ainda acredito que o incidente aconteceu para me dar mais ritmo. Mudamos de rota no outro dia, sim ou com certeza? Bem óbvio. Encontramos um caminho mais movimentado e, possivelmente, mais respeitoso (mentira pois putaria nos persegue e isso é fato).

Engraçado foi que tempos depois contei o ocorrido para minha parceira de atividades e ela revelou ter vivenciado algo bem parecido, claro que ela não foi corrida por jovens que, pelo jeito, já tinham clientes fixos. Afinal quem nunca foi confundido com garoto(a) de programa?!!! Mas um dia (tomara que amanhã) ainda vou voltar a caminhar e correr diariamente. Quem sabe até faturo  uma graninha nessas voltas. Se desta vez for um cara bonito, mais jovem, aparentemente rico e  parecido com o Mateus Verdelho eu aceito. Se não for prefiro continuar sendo um veado de família, até que se prove o contrário.